A valorização de existências na restauração é um elemento chave para a gestão financeira precisa e eficaz. Gerir corretamente as entradas e saídas de stock e aplicar métodos adequados de valorização, como o custo médio ponderado, FIFO (First In, First Out) e LIFO (Last In, First Out), permite uma avaliação realista dos custos dos produtos e contribui para decisões estratégicas mais informadas. Cada método possui implicações distintas na contabilidade e na rentabilidade do negócio, afetando diretamente a margem de lucro e a eficiência operacional. Neste artigo, abordaremos as principais técnicas de valorização de existências, explorando como podem ser aplicadas na restauração para maximizar a precisão na gestão de stocks e melhorar o desempenho financeiro.

Entradas de existências:

As existências devem ser valorizadas à data de referência do balanço ao seucusto de aquisição/produção ou ao preço de mercado;

O custo de aquisição de um bem é a soma do respetivo preço de compra com os gastos suportados direta ou indiretamente para o colocar no seu estado atual e no local de armazém;

O custo de produção de um bem é a soma dos custos das matérias primas e outros materiais diretos consumidos.

Saídas de existências:

Relativamente aos métodos de custeio das saídas das existências os mais usados são os seguintes:

• Custo médio ponderado;

• FIFO;

• LIFO.

Custo médio ponderado (CMP):

Calcula se após cada entrada em armazém, adicionando o valor das quantidades existentes ao das quantidades entradas e dividindo o pelas quantidades totais;

𝑽𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒅𝒐 𝑺𝒕𝒐𝒄𝒌 𝑰𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 + 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂𝒔 (𝒅𝒆 𝒅𝒂𝒅𝒐 𝒂𝒓𝒕𝒊𝒈𝒐) : 𝑵º 𝒅𝒆 𝒂𝒓𝒕𝒊𝒈𝒐𝒔 𝒆𝒎 𝒔𝒕𝒐𝒄𝒌

Utilizando este custeio, quer as saídas, quer os stocks, são valorizados ao custo médio das entradas.

Custo médio ponderado (CMP):

Exemplo:

1ª: Compra de 10 unidades custaram 100 Euros;

2ª: Compra de 20 unidades custaram 400 Euros.

O custo total das matérias adquiridas ou compradas é de 500 Euros, dividindo os 500€ por 30 unidades temos um custo unitário de 16,66€/unidade.

• Compra 1: 10€/unidade;

• Compra 2: 20€/unidade.

• Custo médio das compras: 16,67€/unidade

FIFO (first in, first out ):

FIFO (primeiro a entrar, primeiro a sair);

As existências vendidas e consumidas são valorizadas pelos preços mais antigos sendo, consequentemente as existências em armazém valorizadas aos preços mais recentes.

Exemplo:

A utilização deste critério de valorimetria pressupõe a utilização de lotes para diferenciar as diferentes entradas.

Podemos considerar 2 lotes de matérias primas:

• O primeiro lote 10 unidades custaram 100 Euros;

• O segundo lote 20 unidades custaram 400 Euros.

Custo de cada unidade por lote:

• Lote 1: 10€/unidade;

• Lote 2: 20€/unidade

Ao utilizar 15 unidades de matéria prima apura se o custo de 200 Euros, 100 € de 10 unidades do 1º lote e 5 unidades do 2º lote 100€.

LIFO (last in, first out ):

LIFO (último a entrar, primeiro a sair);

Valorizam-se as existências em armazém pelo preço mais antigo, sendo as saídas movimentadas , em consequência , pelos preços mais recentes.

Exemplo:

A utilização deste critério de valorimetria pressupõe a utilização de lotes para diferenciar as diferentes entradas.

Podemos considerar 2 lotes de matérias primas:

• O primeiro lote 10 unidades custaram 100 Euros;

• O segundo lote 20 unidades custaram 400 Euros.

Custo de cada unidade por lote:

• Lote 1: 10€/unidade;

• Lote 2: 20€/unidade

Ao utilizar as 15 unidades de matéria prima apura se o custo de 300 Euros, ou seja, todas as unidades foram retiradas do segundo lote.